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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Poética Periférica



(Poesia a todos que um dia reconhecem nas palavras todo o sabor daquilo que um dia ama eternamente e ao passo que por dias caminharam ao meu lado no GOU – Grupo de Orações Universitário).




No jardim da saudade está o poeta



Numa eterna busca pelo novo



A receber a brisa da inspiração no rosto.



As margens de sua vida



Mais espesso se tornam o ontem



Que são as costas desta água nova fértil.


O ar armado lince puro doce



Pulveriza lisonjeiras pétalas de chumbo



As revelações do querer saltam em novas linhas



As escadas da cachoeira imaginada

Em sete quedas planam o Mundo dos pássaros

E nos seus passos sem estardalhaços

Ainda forjam as espadas não usadas.



O véu de noiva

Puro e incauto do passado

É também parte da paz

Que um dia se fez em olhar

Que um dia se fez em palavras de amor

Letras de esperança

Tão belas inatas

Que na noite de despedida

Ainda cantarolavam sem rumo

Os fiéis da Republica dos Pássaros.



E eu como parte de rapina desta Republica

Sem querer vesti a túnica branda de enredos

Que ali se fazia o enlace de pura pedra lapidada

Que hoje apenas a vejo em cantos dum terno amante

A chorar os enlaces lentos e frios de sua Juventude.




Do não vivido em lembranças

Viva as pétalas a banhar o chão!



Vida jogada nos monte
Sem mesmo nos dizerem adeus
Hoje as aspirações vão a praça.


Poemas que são mais flores
O céu cheira pólvora
Soltos pensamentos disformes
A esfriar a flor do lácio latente

Da menina mãe da razão emocional simétrica.
Na saudade dos passos órfãos
Pontos invariáveis seduzem o poente
Enquanto um Dragão Negro ronda as descobertas
Enquanto um ponto de luz traz-me você de volta.

Outubro é mês de passeata
Sociedade sem migalhas de pão
Fome de igualdade justa
No meu rincão ainda chega.

E cá estão o homem e a poesia!

Um sorriso tenro na face passada
Os quatro elementos andam
Um a esperar o outro.

Nos intuitos de uma noite
Os cantos da paisagem
O dia saudarem a oportunidade
Do não mais cantar o canto das desventuras.

Poesia é mais que imagem
O homem não é só esta forma
Nem se resume a tal semelhança.

Eles são em si algo divino
A regar as profundas respostas
Daquilo que um dia inteiro.
A atmosfera nos pega a perguntar?

Em cada vontade da quarada em planos lúcidos
O sabor do signo da poesia
Nos tons idiomáticos os sintam

Todos são longas palavras
Que nas arestas de sua rosa
Pela voz do não esquecimento
O grito da voz que não nos cala preenchem.

Voz de poeta a fazer quase livre
Voz que ainda não me deixou libertário
Voz que me faz acreditar
No mundo sem despedida.
Voz agora que se liga a luz
Luz rutilante dos variados operários da poesia.