Por Eric Costa e Silva
No jardim da natureza humana
Num continente além mar
A fome firma bandeira em ossos
A servi-los em dias
De palco para orações divinas.
Duma criança descalça
Com suas latas conseguidas do lixo
Talvez surja um novo som.
Nesta ritmada dor
A cicatriz da insensatez
[multiplica.
O segredo da noite
Vem o doce sabor do sorriso
A misturar no caldeirão
Os recantos do aba-baxé-de-ori.
Com a fome do corpo
A transcender enlouquecidas
As fronteiras sublimes
Sentem a mudança
Das vidas regadas de abadô.
A esperança do outro dia
A alma sacia
Mesmo que o modo
Perda o sendo.
Seu leito de descanso
Vem tomar angustiado
As notas da profundidade
No notebook de Taiwan.
Ninguém do lado de lá
Mesmo que tentar
Vai conseguir cortar
O seu fio dourado de vida.
Ninguém do lado de cá
Um dia Pode sonhar
Que na percepção da dama capital
Os homens que adentram no quarto
Tem o mesmo valor.